O projeto da anistia será colocado em pauta hoje na Câmara dos Deputados, após acordo firmado na reunião de líderes, e deve se tornar um dos debates mais tensos do dia. Em conversa com o ICL Notícias, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) detalhou o conteúdo de seu relatório e afirmou que o texto oferece uma saída ampla para todos os condenados pelos ataques de 8 de janeiro, além de reduzir drasticamente a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Paulinho explica que sua proposta estabelece novos critérios que resultam na soltura de todos os presos relacionados ao caso, inclusive aqueles monitorados por tornozeleira eletrônica. Segundo ele, o impacto da dosimetria é imediato e alcança todos os condenados: “O meu relatório solta todas as pessoas que foram presas no dia 8 de janeiro. As pessoas estão de tornozeleira. E, além disso, reduz as penas de todos, inclusive do Bolsonaro”.

O deputado destacou que a readequação das penas tem efeito direto sobre a condenação de Jair Bolsonaro. Pelos cálculos apresentados, a atual pena de 27 anos e três meses seria reduzida para dois anos e quatro meses.

Durante a conversa, Paulinho sintetizou o alcance de sua proposta ao afirmar: “Eu só não chamo de anistia, mas libera todo mundo.”

O deputado sustenta que a resistência do Partido Liberal (PL) tem travado o andamento da matéria. Segundo ele, o partido insiste em rejeitar o relatório na tentativa de impor uma anistia ampla e irrestrita. “Quem está deixando as pessoas presas hoje é exatamente a intransigência que o PL tem ao meu relatório. Se eles toparem votar, nós vamos votar sem nenhum problema”.

Hugo Motta está disposto a pautar e votar o texto hoje. O impasse, no entanto, segue concentrado no choque entre a dosimetria defendida pelo relator e a pressão do PL por uma solução que se aproxime de uma anistia total e seja ainda mais abrangente.